2/29/2008

CRIANÇA E HOLACAUSTO (1995) - Fuçando na Internet



Criança e Holocausto
J. Adolpho S. Gordo

Em 1995 se comemorou 50 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Com a lembrança do fim da guerra a memória do Holocausto, no qual pereceram mais de seis milhões de judeus, também esteve presente em incontáveis publicações de ensaios, livros de memórias e obras de ficção. Nestes livros foram lembrados os campos de extermínio, as vítimas, os homens e mulheres de bem que conseguiram com sua imensa coragem resgatar e manter vivos milhares de judeus perseguidos pelos executores da Solução Final. Foi lembrada também a omissão de governos do mundo todo que resultou na morte de incontável número de pessoas inocentes, assassinadas pelo simples fato de serem judeus ou serem considerados como tal pelos nazistas. Em muitos livros foram lembradas as crianças judias, vítimas atônitas do pesadelo em que foi transformado o mundo de seus pais.

Já em 1947 a publicação do Diário de uma jovem de Anne Frank havia comovido o mundo inteiro com o problema das crianças que tiveram que ser escondidas para tentar escapar da morte certa. Esta primeira publicação do Diário foi uma seleção feita por Otto Frank, pai de Anne, de dois textos escondidos no sotão de onde a família Frank foi levada para o campo de extermínio. Anne havia mantido um diário sobre sua vida na clandestinidade, sem pensar que este poderia ser lido por outras pessoas. Foi somente após ouvir um membro do governo holandês no exílio, em uma transmissão radiofônica de Londres, afirmar que após a guerra iriam ser coletados testemunhos do sofrimento do povo holandês sob os nazistas para serem divulgados para o público em geral, que Anne decidiu editar o que havia sido escrito, corrigindo ortografia, retirando repetições e passagens que julgou irrelevantes e adicionando acontecimentos que havia omitido por esquecimento. Anne fez este trabalho na certeza que iria publicar o seu testemunho. A seleção foi feita por Otto Frank a partir destes dois textos e recebeu o título de Diário de uma jovem. No ano que passou foi publicada pela Doubleday uma versão completa do Diário que recebeu o nome de "A Edição Definitiva".

Anne Frank, porem, representa apenas uma parte das vítimas crianças do nazismo, aquelas que se esconderam com suas famílias. Muitas foram as crianças que foram afastadas de suas famílias, adotadas por cristãos, escondidas em conventos, batizadas, muitas vezes, como condição para sua sobrevivência, tendo seus nomes sido mudados com o objetivo de esconder sua origem. Outras crianças tiveram participação ativa na resistência aos nazistas, várias tendo lutado no levante do Gueto de Varsóvia. A grande maioria todavia conheceu o inferno dos campos de extermínio e ali encontrou a morte. Muitas nasceram nestes campos. E não podemos esquecer das crianças gemeas utilizadas nos enlouquecidos experimentos do Dr. Mengele. Representando algumas destas outrasexperiências, foram reunidos por Laurel Holliday em uma coletanea (Children in the Holocaust and World War II - their secret diaries), editada pela Pocket Books, 22 excertos de diários, de crianças judias e não-judias.

NOTA: Achei este texto em uma pesquisa na Internet. Não lembrava mais dele. Copiei e não editei, apesar de ter pensado em várias modificações que fariam o texto ficar melhor escrito.

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