3/13/2008

Reflexões sobre a minha idade

Fazer 60 anos em dezembro me levou a refletir muito.
Me dei (eu sei que é errado começar frase com me, mas digamos que é coloquial) conta, como já venho fazendo desde os quarenta, quando me formei em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, do tamanho da minha ignorância.
Mas agora é diferente. Com mais 20, 30 anos de vida (se tudo correr bem) não dá mais tempo de me aprofundar em nada.
Eu poderia me dizer um Homem do Renascimento. Mas, como diriam os americanos, isso é "bullshit". Os assuntos que uma pessoa culta tinha que aprender eram mais restritos, menos desenvolvidos, tecnicamente muito pouco desenvolvidos.
Eu não conheço, CONHEÇO, na verdade, nenhum assunto muito profundamente. Tenho um verniz de Humanas e olhe lá.
Escrevendo o post abaixo, eu fiquei pensando em como eu desconheço os meus próprios contemporâneos. E eles já estão partindo. Tanto o Dyani quanto o Izzo já morreram. E eu nunca tinha ouvido falar deles enquanto estavam vivos e eu tinha a oportunidade de ouví-los, conhecê-los, esperar pelo último album do Dyani ou mais um livro do Izzo.
E fiquei me justificando. "Não deu tempo porque eu estava vivendo, me preocupando com a vida". Agora vou traduzir ao pé da letra: bosta de touro.
Não deu tempo porque eu estava provavelmente me esconde da vida, me refugiando nos meus problemas, que vistos do alto dos meus 60 anos, eram uns probleminhas.
Mas uma coisa eu resolvi, a partir deste ano, não deixo de fazer nada, por mais bonita que seja a desculpa que eu invente.
Agora, e daqui pra frente, marcou, dançou. Não faz agora, não faz mais. Finito.

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