12/10/2008

A Lenda da Mulher de Branco


Contavam na Fazenda Guatapará que durante a noite, no parque, surgia uma mulher de branco, um fantasma.

Nunca fiquei sabendo direito quem tinha sido o fantasma ou de que época era ela.
Os mais moços talvez tenham ouvido mais histórias do que eu.

Um belo dia a Odilinha Ometto (da Usina São Martinho) foi visitar a Margarida e nós inventamos de assustar a menina. Passamos a tarde contando historias da mulher de branco. E combinamos com a Da. Albertina para ela inventar alguma coisa.

A Da. Albertina começou as preparações sem nos contar o que estavam preparando.

Quando a noite caiu, nós estávamos sentados no terraço olhando para o lado do parque que dava para os bangalows.De repente começou a vir um homem brilhando. Nós olhamos e pensamos que era a brincadeira começando. Mas o homem, sumiu e no mesmo momento apareceu mais perto do palacete, num instante. Não teria dado tempo para ele caminhar aquela distância. Nem correndo. De repente, ele sumiu de novo e apareceu pertinho do palacete. Nós tentamos ver quem era, para ver se era um dos ajudantes da Da. Albertina mas a pessoa brilhava muito e não dava para ver a cara. Nós ficamos comentando excitados sobre quem seria, o que estaria acontecendo quando, de repente, surgiu uma pessoa toda de branco e brilhando, no terraço do 2º andar do palacete, onde nós estávamos sentados. Como o fantasma tinha dado o pulo, vindo do gramado lateral para a balaustrada do terraço era um mistério. Saimos todos correndo e berrando. Os que sabiam que era uma encenação e os que não sabiam de nada. Na hora o que nós pensamos mesmo era que tínhamos acordado algum fantasma de verdade.

No dia seguinte ficamos sabendo que a Da. Albertina tinha feito uma super-produção usando uma meia-dúzia de empregados na função.

Foi tudo muito bem combinado e sinalizado e quando um apagava a lanterna, que tinha escondida dentro da camisa, o outro acendia e assim por diante. Para a aparição final fizeram um andaime na fachada do palacete e o Niquinho, que foi o último fantasma, ficou esperando o tempo todo deitado, até ter o sinal dele.

Da. Albertina deveria ter sido diretora de cinema ou teatro. O espetáculo foi impecável, digno de um bom filme de terror.


Publicado originalmento no Facebook, grupo "I Went to Fazenda Guatapará".
foto: Serena Saffouri

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