3/02/2009

The Cherry Orchard


Ontem a noite fomos ao teatro. Fomos assistir The Cherry Orchard com The Bridge Project Company, no Brooklin.

Morei quatro anos em Manhattan e não fui uma única vez ao Brooklin, que para mim parecia localizado em algum planeta distante. Assim, essa travessia da Manhattan Bridge foi uma aventura em território inexplorado.

Foi uma noite de descobertas. Primeiro, o prédio do teatro. O antigo prédio que abrigou Vaudeville e teatros de variedades, e foi transformado em cinema nos anos 50 foi salvo da demolição para abrigar The Bridge Project. As paredes foram raspadas, deixando a mostra pedaços das decorações anteriores e as partes de aço ficam a vista, com um ar de prédio abandonado. As poltronas são as piores que eu já sentei em um teatro em Nova York. Desenho moderno, sem braços, com um estofamento insuficiente nos assentos e uma inclinação digna da Lina Bo Bardi.

Se por um lado as poltronas eram uma tortura, o público foi uma alegria para nós. Clarissa e eu estávamos preocupados com o futuro do teatro nos Estados Unidos porque em todas as últimas vezes que nós fomos ao teatro, nós éramos os mais moços. Não viamos a renovação do público. Ontem no Brooklin, foi o contrário. Estávamos entre os mais velhos. E o teatro estava lotado.

O elenco é extraordinário, a cenografia praticamente inexistente, o vestuário básico mas o trabalho de todos os membros da companhia, impecável.

Mais uma vez, vimos teatro com T maiúsculo. Valeu a pena atravessar a ponte.

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