
Minha carreira estudantil está longe de ter sido perfeita. Muito pelo contrário.
Mas não é agora que eu vou tratar desse assunto.
Conversando com o meu primo Sylvinho, começamos a falar do Mackenzie, aonde nós dois estudamos, eu por apenas 6 meses.
Me lembrei então que, no ano que eu comecei a freqüentar o primeiro Clássico (o Clássico é o que hoje são os três últimos anos do 2º grau) do Mackenzie, o Ministério da Educação exigiu maior carga horária das escolas e o Mackenzie resolveu esse problema incluindo aulas no sábado.
O problema era que nós tínhamos poucas aulas no sábado. Tínhamos a primeira aula bem cedo depois um intervalo equivalente a umas duas aulas e depois mais duas aulas. Um porre.
Tínhamos o intervalo para usar de período de estudo. Mas não me lembro de ninguém que usasse o período para estudar.
O Mackenzie era muito liberal e se você quisesse sair no período sem aulas você podia.
Eu e os meus colegas de classe ficávamos revoltados com a necessidade de ter que ir ao colégio no sábado e, principalmente, com o fato de termos apenas a primeira aula bem cedo e depois um intervalo grande. Porque, pensávamos nós, não juntavam todas as aulas num período que começasse mais tarde invés de nos arrancar da cama tão cedo para depois ficarmos bestando na escola.
O que muitos de nós fazíamos então era sair do Mackenzie e ir a pé até uma quitanda que ficava em frente do que é hoje o Teatro Anchieta. A grande atração da quitanda eram as batidas. Isso mesmo, as batidas.
Às 9 horas da manhã começávamos a encher a cara. E bebíamos, e muito, durante todo o intervalo voltando bêbados para a aula.
Para nós era uma forma de protesto por sermos arrancados da cama tão cedo. O único problema é que até hoje não tenho a mínima idéia do que eram as últimas aulas. Nunca fomos pegos mas também nunca conseguimos aprender nada.
foto by edubotti