
Meu cunhado, o Lua, estava cursando a BU (Boston University) e a Margarida e eu fomos visitar ele e a Fernanda.
Durante a noite, ficamos vendo a tempestade de neve e quendo ela parou saimos para passear.
Eu não tinha nem sola de borracha, estava mal agasalhado e não tinha idéia do frio que estava fazendo. Mas com uma estranha euforia não consegui resistir.
O que mais me impressionou foi o silêncio abafado que a neve produz. Aquele cresh, cresh dos nossos passos era o único som que se ouvia.
Andamos como dois bobos, o Lua e eu, e ficamos na rua até não aguentar mais de frio.
Quando voltamos para o apartamento eu não sentia mais os pés nem as mãos. Tirei os sapatos e liguei um banho quente na banheira.
Ainda bem que não entrei de vez na banheira. A sensação era de escaldamento e a dor que eu senti conforme meus pés foram descongelando foram assustadores.
No dia seguinte era o meu aniversário, 23 de dezembro, e eu tinha um vôo para Nova York aonde eu iria pegar o vôo da PanAm para o Rio de Janeiro. O dia todo o aeroporto ficou fechado por causa da tempestade.
Quando chegou a hora do nosso vôo fomos para o aeroporto certos que o nosso vôo seria cancelado como tinham sido todos os daquele dia. Quando chegamos lá o aeroporto abriu o suficiente para sair o nosso vôo, fechando logo em seguida. Parecia feito de propósito em homenagem ao meu aniversário.
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