
Com tantos livros para ler e tanta coisa para se fazer na vida, dormir me parecia coisa de preguiçoso.
Na adolescência passei semanas dormindo apenas três horas por noite e, assim mesmo, porque caia dormindo em cima do livro que estava lendo.
Com isso desenvolvi uma insônia difícil de vencer. Em vários períodos de minha vida tive que tomar remédios, alguns bem fortes, par conseguir dormir um pouco durante a noite.
Vencida a insônia comecei a dormir relativamente bem.
Isso até cerca de dois ou três anos atrás.
Acabei de passar um período terrível. Comecei sentindo um cansaço terrível, falta de energia e sentia muita dor no corpo. Fiz uma série de exames por dois anos.
Descobri uma hérnia de diafragma, uma gastrite, refluxo ácido, erosão da faringe, asma, uma bronquite crônica e, finalmente, disturbio de sono com multiplas apnéias durante o sono.
Tenho feito mais exames do que qualquer pessoa que eu conheço, com a excessão do meu irmão Juca. Mas o Juca é obssecado por doença.
Finalmente, encontrado o problema, depois de uma noite no Einstein da República do Líbano, me foi indicado o uso de equipamento CPAP.
O equipamento consiste em uma máscar de silicone, um motorzinho para forçar ar sob pressão nas minhas vias respiratórias e um acoplamento para humidificar o ar.
O problema da apnéia é que quando eu entrava em sono profundo a minha laringe se contraia, eu sufocava e voltava para o estágio de sono anterior. O motorzinho serve para forçar a entrada do ar nos meus pulmões e impedir o sufocamento.
Parece mentira. Todos os sintomas desapareceram.
O meu médico, Dr. Virgilio, me disse que mesmo os indicadores nos meus exames de sangue iriam se modificar para melhor.
É como se eu tivesse remoçado 20 anos.
Pode ser um pouco incômodo dormir com a tal de máscara mas vale a pena.
Pode ser ridículo mas pode me slavar a vida. O número de pessoas que morrem durante o sono, por sufocamento devido a apnéias é imenso.
Como bônus, deixei de roncar.