Em criança, eu morava na Rua Itápolis com a Rua Itaquera. E a minha
família toda morava em volta da nossa casa. Minha bisavó na Avenida
Angélica, aonde hoje é o Hospital Sabará. Meus avós paternos na Rua Pará
esquina com a Ceará. A irmã mais velha de papai na Rua Avaré, 31. Meus
tios avós Cincinato e Norma na Rua Itacolomi. Por isso eu andava a pé
pelo Pacaembu e por Higienópolis. A irmã do meu tio Cincinato era uma
excelente doceira e abriu todas as doceiras importantes da época, a
Colmeia, a Abelha, etc. Uma delas, não me lembro qual era numa travessa
da Angélica que passa pelo lado do Cemitério da Consolação. A doceira
ficava quase na Angélica. Era lá que eu ia comprar cocada. Mas no
caminho, do lado da Rua Goiás, tinha umas casinhas geminadas. Numa delas
morava uma velhinha alquebrada com uma meia dúzia de cães Dinamarqueses
enormes. Os cachorros tomavam sol no telhado da casinha. O meu medo era
que um deles pulasse direto do telhado ou do terracinho pra cima de mim
na calçada. As idas à doceira eram sempre uma aventura .